domingo, 12 de janeiro de 2014

 Por: Andréa Guimarães

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Durante décadas, a avaliação, foi um instrumento ameaçador e autoritário. Está mudando; mas continua sendo um dos grandes desafios da educação moderna.
O universo da avaliação escolar é simbólico e instituído pela cultura da mensuração, legitimado pela linguagem jurídica dos regimentos escolares, que legalmente instituídos, funcionam como uma vasta rede e envolvem totalmente a escola. (LUDKE; André, M. 1996).

Historicamente a avaliação na educação infantil desponta como um “elemento de controle sobre a escola e sobre as professoras; que se vêem com a tarefa de formalizar e comprovar o trabalho realizado via avaliação das crianças” (HOFFMAN, 1996, p. 9),
Acreditar que tais notas ou conceitos possam por si só explicar o rendimento do aluno e justificar uma decisão de aprovação ou retenção, sem que sejam, analisados os processos de ensino aprendizagem, as condições oferecidas para promover a aprendizagem do aluno, a relevância deste resultado na continuidade de estudos, é sobre tudo tornar o processo avaliativo extremamente reducionista. Este tipo de avaliação, unicamente “medida”, é ranço do positivismo; e pressupõe que as pessoas aprendem do mesmo modo, nos mesmos momentos e tenta evidenciar competências isoladas, mas avaliação é muito mais ampla que a medição ou a qualificação.
Segundo Luckesi (1999, p. 43), “Para não ser autoritária e conservadora, a avaliação tem a tarefa de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos”.
A avaliação é parte fundamental do processo ensino aprendizagem e tem por finalidade acompanhar o desenvolvimento da criança e replanejar a prática pedagógica.
“A função nuclear da avaliação, é ajudar o aluno a aprender e ao professor, ensinar” (Perrenoud. 1999).
 Transformar a prática avaliativa significa questionar a educação desde as suas concepções, seus fundamentais, sua organização, suas normas burocráticas; significa mudanças conceituais, redefinição de conteúdos, das funções docentes, entre outras.
A avaliação deve ser: contínua, formativa e personalizada, concebendo-a como mais um elemento do processo de ensino aprendizagem, o qual permite conhecer o resultado de nossas ações didáticas e, por conseguinte, melhorá-las, dando ênfase no aprender.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD), aprovada em 1996, determina que a avaliação seja contínua e cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos.
Portanto o educador deve ter sempre em mente que o ato de avaliar se faz presente em todos os momentos da vida humana, bem como em todos os momentos da sala de aula, pois alunos e professores estão permanentemente avaliando a tudo e a todos. São formulados juízos em diferentes sentidos e são estes juízos que vão orientar a tomada de decisão e o estabelecimento de relações que podem ser as do grupo como um todo, incluindo o professor.
Na educação infantil a avaliação deverá privilegiar os interesses e as necessidades de cada criança, confiar em suas tentativas de aprender erro/acerto, valorizar suas descobertas, também deverá ser compartilhado com as crianças as observações que sinalizam seus avanços e suas possibilidades de superação e dificuldades; só assim poderíamos dizer que realmente estamos chegando a um modelo avaliativo centrado na criança, e que tal modelo ajudará a formar o adulto de amanhã.
   Diante do disposto, percebemos que é urgente o repensar do significado da ação avaliativa no contexto educacional. Qualquer prática inovadora desenvolver-se-ao em falso se não alicerçadas por uma reflexão profunda sobre concepções de avaliação/educação. Neste sentido propomos uma ação coletiva e cooperativa entre os educadores no levantamento e discussão de questões avaliativas, no sentido de trocar idéias, levantar problemas, construir em conjunto um re-significado para a sua prática, pois a reconstrução da avaliação só acontecerá por uma ação continuada e que ultrapasse os muros das instituições.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HOFFMANN, J. M. L. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Mediação, 1991
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1999.
LUDKE, M: André, M.E.D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 6. ed. São Paulo: EPU, 1986
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999
Revista Nova escola: A revista do professor Janeiro/ fevereiro de 2003, ed. Abril.
Revista Nova escola: A revista do professor novembro de 2001, ed. Abril.STEINLE, Marlizete Cristina Bonafini. Organização do Trabalho Docente na Educação Infantil. Curso Superior de Pedagogia - Módulo III, Slides e os textos complementares.

Andréa Guimarães - Pedagogia - Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, Pós graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Supervisão Escolar e Neurociência pela Faculdade ISEIB. E-mail: andreapguimaraes@gmail.com




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