Por: Andréa Guimarães
O Espaço da Leitura e da Escrita na Educação Infantil
Muito se discute a respeito do momento em que se deve começar o ensino da leitura e da escrita, na educação infantil (Pré-escola).
No texto: “O espaço da leitura e da escrita na educação pré-escolar”, Emília Ferreiro, propõe uma reflexão sobre a questão: “deve-se ou não ensinar a ler e a escrever na pré-escola?”
No texto: “O espaço da leitura e da escrita na educação pré-escolar”, Emília Ferreiro, propõe uma reflexão sobre a questão: “deve-se ou não ensinar a ler e a escrever na pré-escola?”
O
texto apresenta duas opiniões divergentes,
a esse respeito; sendo a resposta a essa pergunta de forma: negativa;
decide-se que só no primário deve-se ensinar a ler e a escrever, então nós
educadores tratamos de “limpar” os
espaços escolares, sala de aula, não deixando traços da língua escrita, onde os
lápis são usados apenas para desenhar.
Quando
a resposta é afirmativa: decide-se iniciar o aprendizado da leitura e da escrita
antes do primário, assemelhando-se ao 1º ano do primário e a prática docente
passa a seguir modelo das tradicionais práticas do primário; onde se trabalha
exercício de controle motriz, reconhecimento e cópias de letras, etc. e nenhum
uso funcional da língua escrita.
A
autora argumenta que está é uma pergunta mal colocada, uma vez que parte do
pressuposto de que “são os adultos aqueles que decidem quando e como vai ser
iniciado esse aprendizado”(Ferreiro,2000:96).
Em
vez de nos perguntarmos se”devemos ou não ensinar”, temos de nos preocupar em
proporcionar as crianças ocasiões de aprender, criando um ambiente
alfabetizador, visto que as crianças vivem em uma sociedade letrada e convive
com a leitura e a escrita em todo o momento, através dos produtos que
consumimos, as etiquetas, outdoors, televisão, da tecnologia cada vez mais
avançada, dos brinquedos que a cada dia estão mais sofisticados, o que leva as
crianças a quererem descobrir o novo e as incentiva como também facilita a uma
alfabetização fora da escola. Portanto, podemos afirmar que nenhuma criança
urbana de 6 ou 7 anos, comece o primário com total ignorância da língua escrita.
Nós
só poderemos atribuir ignorância às crianças pré-escolares quando pensamos que
o “saber” sobre a língua escrita limita-se ao conhecimento das letras. As
crianças rurais estão em desvatagens em relação às urbanas, visto que no meio
rural a escrita não é tão presente como no meio urbano, o que nos evidência a
importância do ensino pré-escolar; em um ambiente “rico” onde a escrita possa
ser explorada e que jamais seja proíbida.
Antigamente
acreditava-se que as crianças não possuiam nenhum conhecimento ou entendimento
com relação à escrita antes de ingressarem na escola, e que para ler era
preciso primeiro, aprender o sistema de escrita.
Hoje através de pesquisas, sabemos que as capacidade de leitura não depende do conhecimento do valor sonora de cada letra, pois “ler não é decifrar palavras” (BRASIL,1998, p. 144). Sabemos que a criança está constantemente realizando a leitura do mundo em que está inserida.
Hoje através de pesquisas, sabemos que as capacidade de leitura não depende do conhecimento do valor sonora de cada letra, pois “ler não é decifrar palavras” (BRASIL,1998, p. 144). Sabemos que a criança está constantemente realizando a leitura do mundo em que está inserida.
Portanto
não há um momento especifico para se despertar o interesse pela leitura e ou
escrita, da criança na educação infantil, a pré-escola precisa ser um espaço
onde a criança tenha contato com a leitura e com a escrita. A pré-escola
deveria permitir a todas as crianças a liberdade de experimentar os sinais
escritos, num ambiente rico, onde possam escutar alguém ler em voz alta, ver os
adultos escrever, tentar escrever sem a
necessidade de estar copiando um modelo, pois ler e escrever se aprende lendo e
escrevendo, vendo como as outras pessoas leêm e escrevem, e errando também,
pois o erro no começo da aprendizagem da escrita deve ser tratado como natural,
no processo de exploração que a criança realiza com a linguagem, do mesmo modo
que entendemos os erros quando a criança começa a falar.
Nós educadores devemos respeitar o ritmo próprio de cada criança, partindo do pressuposto que são seres únicos, com desenvolvimentos e necessidades individuais, devemos como mediadores desse processo favorecer a troca de idéias e proporcionar atividades diversificadas para cada necessidade, bem como proporcionar um ambiente rico em desafios, respeitar a espontaneidade e a criatividade da criança, buscar fundamentos téoricos e metodológicos que possibilitem a reflexão de sua prática, propiciando o desenvolvimento da linguagem oral e escrita de maneira dinâmica e integrada.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LUGLE, Andréia
Maria Cavaminami. FUNDAMENTOS E
METODOLOGIAS DO ENSINO DA LIGUAGEM ORAL E ESCRITA. Curso Superior de
Pedagogia – Módulo 3 e Slides.
FERREIRO,
Emília. O espaço da leitura e da escrita na educação pré-escolar. In: Reflexões sobre alfabetização. São
Paulo: Cortez. 2001.
XAVIER,
Marcelo. O dia-a-dia de Dada. São
Paulo: Livraria Saraiva. 2005. Coleção Conte Outra Vez.
Andréa Guimarães - Pedagogia - Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, Pós graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Supervisão Escolar e Neurociência pela Faculdade ISEIB.
E-mail: andreapguimaraes@gmail.com
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